Por João Coutinho
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Luiz Guilherme Fernandes |
Comuffaz: Por que escolheu jornalismo?
Luiz Fernandes: Escrever e fotografar se tornaram atividades importantes durante o ensino médio. Escolhi essa profissão por acreditar que a comunicação seja capaz de alavancar mudanças dentro da sociedade. Escolhi também por achar que alguns setores e temas relativos a esses estavam sendo ignorados pela maioria dos jornais.
Comuffaz: Como é o trabalho na Monte Castelo Ideias?
Luiz Fernandes: A Monte Castelo Ideias é uma agência de comunicação que oferece a produção de conteúdo e editoração, além do serviço de assessoria de imprensa, para diversas empresas do setor público e privado. Eu faço parte da equipe há um ano e 10 meses, executando os serviços nas áreas de fotografia editorial, fotojornalismo e fotografia de publicidade. Entre as empresas que atendo estão o grupo Porcão, a fornecedora de energia Aggreko, o consórcio responsável pela reforma do Maracanã e diversas prefeituras do Estado do Rio. Vale destacar que a variedade do trabalho acrescenta muito no portifólio de um recém-formado.
Comuffaz: Em que lugares você estagiou?
Luiz Fernandes: No primeiro semestre de 2008, fui monitor da disciplina de linguagem fotográfica no Iacs (Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF). Também participei no semestre seguinte do projeto de observação dos impactos do Comperj, uma parceria entre a Petrobras, a UN habitat (agência da ONU para assentamentos humanos) e a UFF. O trabalho nesse último consistia na produção de fotografias e de vídeos sobre a chegada do complexo petroquímico na região do Conleste. No ano seguinte, fui estagiário na assessoria de imprensa do Tribunal Regional Federal da 2ª região. As tarefas compreendiam atendimento à imprensa, produção de releases e boletins para rádio e também comunicação interna. Ao mesmo tempo, participei da criação do portal Ensino Médio em Diálogo (http://www.uff.br/emdialogo/), desenvolvido pelo Observatório Jovem da UFF.
Comuffaz: Qual sua opinião sobre o mercado de trabalho e as principais dificuldades de conseguir uma vaga?
Luiz Fernandes: Dentro do jornalismo é essencial estar qualificado para trabalhar em qualquer segmento. Por isso, durante a faculdade é importante saber conciliar os estudos com os estágios e saber diferenciar estágio de emprego. As oportunidades de trabalho seguem o crescimento do Brasil, mas ainda há muitos estagiários substituindo jornalistas contratados. A carga horária para quem trabalha dentro das redações é normalmente pesada em comparação à área de comunicação empresarial e assessoria de imprensa. O salário inicial da maioria das empresas de comunicação é bom, mas a falta de perspectiva de crescimento profissional reduz a permanência no emprego.
Comuffaz: Qual foi o tema da sua monografia?
Luiz Fernandes: Eu apresentei um projeto prático de documentação fotográfica como trabalho de conclusão de jornalismo. O tema escolhido foi o dia a dia da comunidade de remanescentes de quilombo Jauari, no interior da floresta amazônica. Para desenvolver esse produto, acompanhei o cotidiano dos quilombolas durante 10 dias. O resultado foi um documentário na área de comunicação visual ligado aos direitos humanos, possibilitando que as famílias quilombolas também utilizem o material como forma de memória e desenvolvimento da cultura. Esse mesmo trabalho foi apresentado esse ano no Controversas: travessias fotográficas.
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