segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Da paixão pela música à editoria de Esportes

Luana Bustamante e Nelson Lima Neto 

Esse carioca de Nova Iguaçu tinha uma paixão na adolescência: a música. Nunca deixando de lado o trabalho com o que mais gosta, Marceu Vieira ingressou no curso de Jornalismo, se apaixonou pela profissão e conquistou o respeito e admiração de colegas e veículos em todo o país. O blog Comuffaz teve a oportunidade de entrevistar o atual editor de Esportes do jornal O Globo em meio ao agitado cotidiano de um “comandante” de uma editoria chave de um jornal.


Arquivo pessoal
Marceu, como é conhecido por todos, não sabia bem o que queria, mas tinha certeza que seu futuro estaria relacionado com a música. Influenciado por um colega de escola, prestou vestibular para Jornalismo e conquistou uma vaga para o curso de graduação da UFF. Vindo de escola pública, aos poucos o Instituto de Arte e Comunicação Social (Iacs) e o jornalismo foram cativando o futuro editor. 

“Em pouco tempo me apaixonei pela escola, e acho que aproveitei como poucos os quatro anos que passei ali. Como eu vinha da Baixada Fluminense e era longe para ir e vir todo dia, fui morar, primeiro, numa pensão bem perto do Iacs. Depois, morei em repúblicas. Como ficava o dia inteiro em função da faculdade, fui monitor do jornal laboratório, vivia na biblioteca e fazia o que não é tão comum nas escolas de comunicação: eu estudava, levava aquilo a sério. Não chegava a ser um ‘caxias’, fazia por prazer mesmo. Devo muito a UFF e ao Iacs. Até hoje sinto saudade”, confessou.

Colegas e professores também marcaram sua passagem pela conhecido “Casarão”. “Foram os melhores anos da minha juventude. Conheci amigos que carrego para a vida toda. Aydano André Motta, do Globo a Mais, a revista pra iPad do Globo, foi da minha turma. Letícia Helena (Rio) e Cristina Henriques (Mundo), as duas do Globo, também foram. E por aí pelo mercado um monte de gente: Cristina Serra, da TV Globo. Cristiane Costa, hoje professora da ECO (Escola de Comunicação da UFRJ), Valéria Lamego, editora Verso Brasil. Tanta gente. Muitos professores foram marcantes. Antonio Serra, Muniz Sodré. Sinto saudade também da Sônia Aguiar, do João Batista, do Dante Gastaldoni”, lembrou Marceu, recordando nomes que ainda estão presentes no cotidiano da faculdade.

Com a bagagem teórica completa, faltava a experiência profissional. Uma carreira que começou em Política, passou pela editoria de Cidade, com direito a uma coluna e agora aterrissando como editor de um dos cadernos mais respeitados da imprensa brasileira. Entre as coberturas, participou de eventos importantes para a história do país, como a Constituinte de 1988 e, mais recentemente, a Copa das Confederações:

“Meu processo de formação no Jornalismo não foi muito natural. Comecei logo pelo noticiário político. Estagiei na Tribuna da Imprensa e, como lá, a única matéria de interesse era a Política, por ela, a Política, comecei. A Tribuna me mandou pra Brasília, onde fui correspondente (eles não tinham sucursal) da Constituinte de 1988. Era muito garoto e aprendi muito naquele ambiente. Entrevistei como parlamentares personagens que seriam bem poderosos anos depois: Lula, FHC, Mário Covas. No Rio, nesse meu início, trabalhei também no O Nacional, jornal alternativo do Tarso de Castro (editor de O Pasquim). Foi uma experiência sensacional, mas durou pouco mais de um ano. Era também um jornal político, uma tentativa de resgate do velho Pasquim. Eu só seria apresentado ao noticiário de cidade, por onde naturalmente se começa na profissão, no Jornal do Brasil. No velho JB construí a base da minha carreira. De lá pra cá, trabalhei na editora Abril (Veja), revista Época e aqui no Globo. Ao longo da carreira, passei, praticamente, por todas as chamadas ‘editorias de cabeça’ - Política, Cidade, Economia, Esporte”, relembra ele. 

Apesar de ser editor de Esportes, Marcel se aventura por outros temas. Autor de livros como “Nada, não e outras crônicas”, que reúne casos tristes e engraçados recolhidos nas ruas cariocas, o jornalista revela sua versatilidade e o dom para escrita. Quando questionado sobre o que mais valoriza em sua formação, Marcel revela o que todo aluno do Iacs poderá falar um dia. “Acredito que foi a sorte de ter encontrado as pessoas certas que tanto me ensinaram.” 

Nenhum comentário:

Postar um comentário