terça-feira, 29 de novembro de 2011

Em busca de boas histórias

Enquanto busca inspiração para escrever seu primeiro livro, o jornalista Vinicius Soares, formado na UFF, corre atrás das notícias em jornal de grande circulação no Rio


Por Aline Bonatto

Vinicius César Lisbôa Soares é jornalista e também quer ser escritor. Já escreveu o começo de algumas boas histórias, mas não passou disso. Agora, está se aventurando novamente nos romances e garante que, dessa vez, vai chegar até o fim. Ele diz que não tem grandes pretensões. “Quero escrever algo que as pessoas tenham vontade de ler. Não quero nada rebuscado”, garante. Facilidade para criar histórias ele tem. Afinal, gostava muito de jogar RPG (em tradução livre, “Jogo de interpretação de personagens”) e lá também precisava pensar em toda a história.

Carioca da gema, Vinicius se inspira no visual da cidade para ambientar algumas de suas tramas. Nasceu em 22 de maio de 1989 e sempre morou em Campo Grande. Isso até se aventurar do outro lado da Baía de Guanabara para fazer faculdade em Niterói. E nem tudo foi fácil. Vinicius chegou a dividir o apartamento onde morava com outras seis pessoas. 

Antes de entrar na Universidade Federal Fluminense (UFF), Vinicius estudou no Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CTUR/ UFRRJ), onde cursou o Ensino Médio. Ali viveu bons momentos e, por isso, foi difícil para ele quando chegou ao Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS/ UFF). No começo, não queria se relacionar muito com as pessoas por considerar que seus amigos eram apenas aqueles do CTUR. Foi difícil, mas aos poucos ele permitiu se relacionar com os colegas, que também se tornaram amigos.

Os primeiros estágios
Já em 2008, conseguiu o primeiro estágio, na Folha Dirigida. Era estagiário do site do jornal, no qual publicava reportagens sobre concursos de todo o país. Conseguiu conciliar tudo por um tempo, até que decidiu sair. “O salário é muito baixo”, reclamava. Alguns meses depois, surgiu uma oportunidade na M4U, empresa que presta serviços para operadoras de telefonia móvel. O resultado? Passar seis horas do dia escrevendo mensagens SMS. “No fim, descobri que, de fato, tudo cabe em 140 caracteres”, brinca.

Até mesmo sobre assuntos dos quais não gostava tanto, tinha que escrever — um deles era futebol. Apesar de se dizer torcedor do Botafogo, Vinicius não liga muito para futebol. Também nessa época conheceu a rotina dos plantões de fim de semana, que não o abandonariam tão cedo. Depois de quase um ano, deixou a M4U e foi contratado pelo O Fluminense. Durante os meses que ficou na redação, foi repórter da “Revista O Flu”, suplemento dominical do jornal. Para Vinicius, a experiência foi válida: “É um ótimo lugar para aprender”.

Aquele foi só o começo. Em 2010, passou na prova do Infoglobo e começou a estagiar no jornal O Globo. O esquema do estágio era o seguinte: faria um rodízio pelas editorias dos diferentes jornais da empresa. Assim, fez a cobertura de várias áreas em apenas um ano. No começo de 2011, contrataram-no como trainee. Passou pela editoria Rio, de O Globo, e depois entrou em contato com o mundo da televisão e do entretenimento no “Sessão Extra”, do jornal Extra. Contratado na editoria, o jornalista foi o responsável pela cobertura do show do ídolo teen Justin Bieber durante sua passagem pelo Brasil, em outubro desse ano.

O pós-diploma 
Vinicius se formou em dezembro de 2010 como um dos melhores alunos da turma. Detestava ser conhecido como “o CR mais alto”. O tema da monografia foi decidido em agosto. Ele decidiu escrever uma reportagem especial sobre a história de Pedra de Guaratiba, bairro da Zona Oeste do Rio. Isso trouxe também uma imersão ainda maior na história de sua família, uma das primeiras a ocupar a região. O relato emocionou a todos que participaram de sua apresentação.

Sua rotina agora está um pouco mais calma. Só de não ter que se dividir mais entre Niterói e o Rio para trabalhar e estudar já representa um alívio. Mas não pôde também continuar em Campo Grande. Mais uma vez teve que se mudar, agora para ficar mais perto do trabalho. A justificativa é que perdia muito tempo no trânsito. Família agora, portanto, só nos finais de semana em que não tem plantão.

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